Uma amiga que
está tentando engravidar desde o começo do ano veio desabafar que está super
preocupada e já está desconfiada de que ela ou o marido não possam ter filhos.
Bom, vamos com calma! Muitos fatores precisam ser levados em conta antes de se
acreditar nisso. Os especialistas aconselham os casais a considerarem a
possibilidade de infertilidade se dentro de um ano tentando o casal não
conseguir engravidar. Mas eu mesma posso testemunhar que, às vezes, pode levar
um pouco mais do que isso.
Foto: Terezinha Bittencourt |
Em 2009 eu e meu
marido começamos a pensar em engravidar. O tempo passou... e nada! Aí veio
aquela onda de gripe A, quando muitas mulheres grávidas morreram, e resolvemos
dar um tempo nas tentativas. Passado o surto, ou pelo menos controlada a situação,
resolvemos tentar novamente. Mas sem muita pressão, já que a ansiedade atrapalha
bastante nessa hora.
Não é a toa que
muitos casais que resolveram adotar uma criança por acharem que não poderiam
ter filhos, assim que relaxaram e deixaram de lado a ideia de engravidar
acabaram engravidando. No nosso caso, não demorou muito para, depois de tirar a
ideia fixa da cabeça, acontecer. E como fiquei sabendo em janeiro de 2011, já havia
passado a virada de ano grávida.
É claro que há
casos e casos e a infertilidade existe, sim. Mas mesmo que seja esse o seu
caso, não se desespere! Para tudo há remédio nessa vida. E é o que você vai ver
a seguir num bate-papo com o ginecologista
Joji Ueno, doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da USP e Responsável
pelo Setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e Diretor da
Clínica Gera:
INFERTILIDADE: DEZ PERGUNTAS MAIS FREQUENTES
A infertilidade
é a incapacidade dos órgãos reprodutores de conceber um bebê. Ela é constatada
após um ano de tentativas de engravidar sem o uso de métodos contraceptivos,
15% dos casais lidam com o problema, mas não significa que estão impedidos de
ter filhos. A dificuldade para gerar um bebê é atribuída a uma série de
fatores, mas felizmente, com o tratamento certo, esse problema pode ser
solucionado.
De acordo com o ginecologista
Joji Ueno (CRM 48.486), após diversas tentativas é indicado que a mulher
procure o ginecologista e o homem um urologista para investigar a causa da infertilidade. “A investigação inicia por meio de uma
entrevista e exames. No caso da mulher, o médico irá avaliar se existe alguma
alteração na produção dos óvulos e no útero. No homem, procura-se identificar
problemas em relação à ereção e para ejacular. Um espermograma é solicitado
para determinar a quantidade e qualidade dos espermatozóides do homem. Todo
esse processo de exame e entrevistas pode ser emocionalmente desgastante para o
casal, mas é necessário para descobrir a causa e tratá-la da melhor maneira
possível”, explica o ginecologista.
Entendendo a infertilidade
– O
processo reprodutivo consiste da participação do homem e da mulher, e para que
ocorra a gravidez, tudo tem que funcionar perfeitamente. As principais fases do
ciclo de concepção são a ovulação, captação do óvulo pela tuba, a fertilização
do espermatozóide e a implantação do embrião formado no útero.
“A infertilidade
interrompe o processo de concepção e por uma série de problemas, o espermatozóide
não consegue fecundar. A suspeita inicial da infertilidade
pode ser notada em mulheres com presença de menstruação irregular, síndrome dos
ovários policísticos, endometriose ou infecção pélvica. Já os homens que
fizeram a vasectomia podem apresentar infertilidade, mas
esse processo pode ser revertido e recuperar a fertilidade por meio de uma
micro-cirurgia semelhante a vasectomia”, ressalta o médico Dr. Joji Ueno. O
ginecologista Dr. Joji Ueno esclarece as principais dúvidas sobre a infertilidade e desvenda os mistérios desse problema que
atormenta a vida de muitos casais:
1-Quando o casal deve pensar em
infertilidade?
Dr. Joji Ueno: A ausência de gravidez pode
ser certificada quando o casal mantém relações sexuais regulares sem uso de
método anticoncepcional por um período de 12 meses. Quando a mulher sofre de
dois abortos consecutivos, tem mais de 35 anos e encontra dificuldade para
engravidar, o casal deve buscar ajuda médica para iniciar uma investigação
sobre as causas da infertilidade.
2- O número de casais inférteis
cresceu?
Dr.
Joji Ueno:
Sim. Doenças sexualmente transmissíveis, sexo precoce e fatores ambientes, vêm
crescendo entre os casais e aumento a dificuldade em ter filhos.
3- A infertilidade é um problema encontrado
somente na mulher?
Dr. Joji Ueno: Não. A infertilidade
pode ser diagnosticada no casal em 20%, no homem, 40% e na mulher, 40%.
Por isso, é muito importante diagnosticar a causa da infertilidade.
O mesmo fator que provoca a infertilidade natural (com
coito), pode provocar falha de implantação (o embrião não adere no útero ou tem
abortamentos precoces. Um exemplo disto, é a ocorrência de alterações
microscópicas no interior do útero (endometrite), que não aparece no ultrassom
ou radiografias. É muito importante, ter em mente que a fertilização in vitro é
um tipo de tratamento, mas existem outros eficazes e mais simples.
4-Qual é a relação de infertilidade e potência sexual?
Dr. Joji Ueno: Não existe nenhuma relação
entre ambos. A produção dos espermatozóides e da testosterona é feita de
células diferentes no tecido. Logicamente, se o homem não consegue ejacular no
local apropriado a gravidez não ocorrerá, o que é extremamente raro.
5- A idade pode interferir na infertilidade feminina?
Dr. Joji Ueno: Ao contrário dos espermatozóides,
os óvulos não se multiplicam. Isso significa que conforme a idade avança os
óvulos diminuem e perde qualidade, o que pode ocasionar mais chances de
abortamento do que uma gravidez. Existe uma chance maior de a mulher conseguir
engravidar antes dos 35 anos do que após os 37 anos. Isto pode variar bastante
de mulher para mulher.
6- Quais são os principais
tratamentos para tratar a infertilidade?
Dr. Joji Ueno: Os tratamentos podem ser
divididos em reprodução humana como relação sexual programada, inseminação
intra-uterina e FIV e também em procedimentos cirúrgicos.
7-
O tratamento de infertilidade
é responsável pela gravidez múltipla?
Dr.
Joji Ueno:
Não. A maioria dos tratamentos resulta no nascimento de um único bebê. Porém,
não podemos descartar a gestação múltipla.
8- A ansiedade de engravidar
pode interferir no tratamento?
Dr. Joji Ueno: A ansiedade atrapalha quando
ela proporciona um sofrimento ao casal. A maioria das mulheres que
desejam engravidar e apresentam um grau de ansiedade, é provável que elas
encontrem alguns problemas no decorrer do tratamento. Procure controlar a
ansiedade, faça exercícios físicos regulares, além de, fazer bem para a saúde,
eles conseguem amenizar a ansiedade.
9- A infertilidade pode ser tratada com o uso de
medicamentos?
Dr. Joji Ueno: Sim. As mulheres que apresentam a síndrome dos ovários policísticos são tratadas com medicamentos. A indução da ovulação é feita por meio de remédios. O citrato de clomifeno de uso oral é indicado para esses casos. Antibióticos, também, pode ser eficaz em alguns tipos de infertilidade.
Dr. Joji Ueno: Sim. As mulheres que apresentam a síndrome dos ovários policísticos são tratadas com medicamentos. A indução da ovulação é feita por meio de remédios. O citrato de clomifeno de uso oral é indicado para esses casos. Antibióticos, também, pode ser eficaz em alguns tipos de infertilidade.
10-
Os bebês gerados por meio da reprodução assistida nascem prematuros?
Dr. Joji Ueno: A gestação única após a fertilização in vitro não corre risco de prematuridade. Porém, a gravidez múltipla tem grandes chances de o bebê nascer prematuro e isto ocorre um pouco mais nos tratamentos de infertilidade porque utilizamos medicamentos que estimulam os ovários.
Dr. Joji Ueno: A gestação única após a fertilização in vitro não corre risco de prematuridade. Porém, a gravidez múltipla tem grandes chances de o bebê nascer prematuro e isto ocorre um pouco mais nos tratamentos de infertilidade porque utilizamos medicamentos que estimulam os ovários.
Fonte: Ginecologista Joji Ueno,
doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da USP e Responsável pelo Setor
de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e Diretor da Clínica
Gera (CRM 48.486)
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