Não dá para não pensar neles
nesta época do ano. É, agosto é o mês dos pais e o palpite da semana não
poderia deixar de falar sobre eles. Mas o foco aqui não serão os nossos pais, e
sim os pais dos nossos filhos.
Foto: G.S.Rutkoski |
Não estou dizendo que seja
sempre assim. Existem homens que assumem o encargo de cuidar do bebê numa boa,
e alguns vão além, viram quase “pães” – palavra adotada aqui não como o plural
de pão, mas para designar os homens que fazem praticamente tudo o que uma mãe
faz, menos dar o peito (por razões lógicas), mas como são pais ganham esse
apelido carinhoso. O problema é que são espécies raras... Só conheço uns dois
ou três que não só sabem trocar fraldas e dar mamadeira, como levantar à noite
para ver se o bebê está coberto como também dão banho. A pergunta é por que
isso acontece, por que são tão poucos? Convido você a refletir comigo sobre o
assunto.
Primeiramente, é claro que existe
a influência do fator histórico. Antigamente, o homem saía para caçar/trabalhar
enquanto a mulher ficava em casa cuidando dos filhos. Isso na nossa sociedade,
é bom que se diga, pois em algumas tribos (como as descritas no livro O
bebê mais feliz do pedaço - Um novo método para acalmar o choro e prolongar o sono do recém-nascido
de autoria do pediatra norte americano Harvey Karp) os homens e as
mulheres se revezavam o dia todo carregando o bebê a tira-colo, sendo que não
apenas os pais participavam deste revezamento, como também tios, avôs, primos e
irmãos maiores. Mas voltemos a nossa realidade. É certo que o cuidado dos bebês
sempre ficou ao encargo feminino. Em segundo lugar, se o homem já não é
criado/acostumado/ educado para a função, muitas vezes a própria mulher não
contribui para que ele se envolva, assumindo para si todas as tarefas e
excluindo ou até ridicularizando o marido quando o mesmo de bom grado tenta
trocar uma fralda que, por falta de habilidade, fica meio torta.
Porém, com a ida das mulheres
ao mercado de trabalho e com a própria evolução dos tempos, tudo isso pede uma
revisão de conceitos. E cabe a nós enquanto mães não apenas estimular e
convidar nossos companheiros a participarem da vida do bebê que não se limita
aos momentos de lazer e brincadeiras; como também a educar nossos filhos do
sexo masculino a serem bons pais no futuro. Se um menino cresce ouvindo que ele
deve brincar apenas de bola, carrinhos e lutinhas; e que brincar de casinha,
comidinha e bonequinhos é coisa de menina, não poderemos esperar muito mais
dele quando chegar a sua hora de ser pai. Não precisa dar uma Barbie para o seu
filho, mas por que não deixar que ele possa brincar de trocar a fralda ou mesmo
dar banho em um bonequinho ou mesmo em um bebezinho de brinquedo de vez em
quando?
A você papai que lê o Palpites
de Mãe, fica aí o convite para, se ainda não o faz, começar a participar mais
dos cuidados com o seu bebê. Se não tem a menor ideia de como fazer isso,
pergunte a sua parceira como você pode ajudar; peça que ela lhe ensine e você
vai ver como vai ser gostoso ter mais contato com o seu filhinho, de quebra
você criará mais intimidade com ele e ao mesmo tempo terá uma mulher mais
satisfeita, descansada e feliz ao seu lado! ;)