segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pais, "pães" e filhos




Não dá para não pensar neles nesta época do ano. É, agosto é o mês dos pais e o palpite da semana não poderia deixar de falar sobre eles. Mas o foco aqui não serão os nossos pais, e sim os pais dos nossos filhos.
Foto: G.S.Rutkoski
Com raríssimas exceções, acho que dá para contar nos dedos o número de papais que realmente “pegam junto” e dividem por igual com as mamães os cuidados com o bebê nos primeiros meses. Quando os pequenos crescem (ou melhor, aprendem a falar, a andar e deixam de usar fraldas) a maioria dos homens parece até se sentir mais à vontade para lidar com os próprios filhos. Mas até então, eles costumam se comportar como meros coadjuvantes. E justamente na fase mais exigente e exaustiva, em que a criança depende totalmente de alguém para tudo, acaba sobrando toda a responsabilidade para as mamães.
Não estou dizendo que seja sempre assim. Existem homens que assumem o encargo de cuidar do bebê numa boa, e alguns vão além, viram quase “pães” – palavra adotada aqui não como o plural de pão, mas para designar os homens que fazem praticamente tudo o que uma mãe faz, menos dar o peito (por razões lógicas), mas como são pais ganham esse apelido carinhoso. O problema é que são espécies raras... Só conheço uns dois ou três que não só sabem trocar fraldas e dar mamadeira, como levantar à noite para ver se o bebê está coberto como também dão banho. A pergunta é por que isso acontece, por que são tão poucos? Convido você a refletir comigo sobre o assunto.
Primeiramente, é claro que existe a influência do fator histórico. Antigamente, o homem saía para caçar/trabalhar enquanto a mulher ficava em casa cuidando dos filhos. Isso na nossa sociedade, é bom que se diga, pois em algumas tribos (como as descritas no livro O bebê mais feliz do pedaço - Um novo método para acalmar o choro e prolongar o sono do recém-nascido de autoria do pediatra norte americano Harvey Karp) os homens e as mulheres se revezavam o dia todo carregando o bebê a tira-colo, sendo que não apenas os pais participavam deste revezamento, como também tios, avôs, primos e irmãos maiores. Mas voltemos a nossa realidade. É certo que o cuidado dos bebês sempre ficou ao encargo feminino. Em segundo lugar, se o homem já não é criado/acostumado/ educado para a função, muitas vezes a própria mulher não contribui para que ele se envolva, assumindo para si todas as tarefas e excluindo ou até ridicularizando o marido quando o mesmo de bom grado tenta trocar uma fralda que, por falta de habilidade, fica meio torta.
Porém, com a ida das mulheres ao mercado de trabalho e com a própria evolução dos tempos, tudo isso pede uma revisão de conceitos. E cabe a nós enquanto mães não apenas estimular e convidar nossos companheiros a participarem da vida do bebê que não se limita aos momentos de lazer e brincadeiras; como também a educar nossos filhos do sexo masculino a serem bons pais no futuro. Se um menino cresce ouvindo que ele deve brincar apenas de bola, carrinhos e lutinhas; e que brincar de casinha, comidinha e bonequinhos é coisa de menina, não poderemos esperar muito mais dele quando chegar a sua hora de ser pai. Não precisa dar uma Barbie para o seu filho, mas por que não deixar que ele possa brincar de trocar a fralda ou mesmo dar banho em um bonequinho ou mesmo em um bebezinho de brinquedo de vez em quando?
A você papai que lê o Palpites de Mãe, fica aí o convite para, se ainda não o faz, começar a participar mais dos cuidados com o seu bebê. Se não tem a menor ideia de como fazer isso, pergunte a sua parceira como você pode ajudar; peça que ela lhe ensine e você vai ver como vai ser gostoso ter mais contato com o seu filhinho, de quebra você criará mais intimidade com ele e ao mesmo tempo terá uma mulher mais satisfeita, descansada e feliz ao seu lado! ;)

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