Só quem é mãe sabe a emoção que é dar de mamar. Confesso que antes de passar pela experiência eu tinha um pouco de medo de como seria esse momento, se seria uma sensação estranha e se eu conseguiria amamentar meu bebê. Mas assim que a Raphaela nasceu, e eu a coloquei no peito pela primeira vez, foi tão natural que parecia até que nós duas já havíamos feito isso antes.
Fico emocionada só de lembrar aquele bebezinho tão pequenininho já sugando em suas primeiras horas de vida. E esse é justamente um dos segredos para o sucesso: A natureza é tão sábia que os bebês já nascem com um reflexo especial de sugar assim que sua boca ou bochechas são tocadas.
Foto: Raphael Rutkoski |
Antes
Quanto às mamães, teoricamente não é preciso preparar a mama para amamentar; o próprio corpo da mulher se encarrega disso durante a gestação. Porém, há alguns cuidados que podem ser tomados para que a pele do bico do seio fique mais fortalecida e não ocorram rachaduras o que, além de dor, pode causar outros problemas como inflamação (mastite). O indicado é você conversar com o seu ginecologista e obstetra, até porque há diversas formas e diferentes correntes de especialistas que defendem um ou outro método. De qualquer forma, já para matar a curiosidade das futuras mamães compartilho neste link o que fiz.
Outra preocupação que eu tinha era sobre como “pegaria” o bebê para amamentar. Como faria com os braços (meus e da criança)? Será que poderia apoiar o corpo do bebê no colo? E foi fuçando na internet que encontrei esse vídeo bem didático com as posições para amamentar:
Durante
Quanto mais o bebê mama, mais leite o corpo da mulher produz. Por isso é tão importante que a criança seja colocada ao seio já nas primeiras horas de vida. Às vezes o leite (chamado de colostro no início) demora um pouco a descer, dizem que isso acontece especialmente com quem faz cesárea (não sei se sou uma exceção à regra, mas isso não aconteceu comigo). E não dê ouvidos se alguém vier te dizer que o seu leite pode ser fraco ou que você deve ter pouco leite porque o seu seio é pequeno. Tudo balela! Não existe leite fraco e a quantidade de leite não tem nada a ver com o tamanho da mama. E até mesmo as mulheres que possuem o mamilo invertido podem amamentar. Conheço uma mãe (de gêmeos inclusive!) que tem esse problema e amamentou numa boa.
Um fator super importante, que não se ensina nos cursos para gestantes (pelo menos não nos que eu participei, fui aprender depois com uma amiga), é que é possível ajudar no controle de produção do leite, tanto para quem tem pouco como para quem tem muito leite (saiba como clicando aqui).
Outro segredo para o sucesso da amamentação é que o bebê deve abocanhar toda a mama pegando uma boa parte da auréola e não apenas o bico do seio. Assim a mulher não sente dor e evita rachaduras. Essa é chamada boa pega ou boa pegada. Alguns recém-nascidos já fazem isso naturalmente, outros não. Mas outra boa notícia é que dá para “ajudar” o seu filho a fazer direitinho. Antes de oferecer o peito à criança, segure a mama com o polegar e o indicador (na forma de um “C”) e aperte um pouquinho como que reduzindo o tamanho da região a ser abocanhada.
Depois
O leite materno oferece tantos benefícios ao bebê (veja os detalhes em vídeo) que é aconselhado que o bebê mame exclusivamente no peito até os seis meses de vida. E além de ser fundamental para o crescimento e desenvolvimento do bebê, a amamentação é prática, barata e só faz bem à mulher: diminui o sangramento pós parto, faz o útero voltar ao normal mais rápido, e ainda diminui o risco de câncer de mama e de ovário. No entanto, nem sempre isso é possível amamentar até o fim. No meu caso, precisei começar a dar mamadeira para complementar a alimentação da Raphaela (ela teve muita cólica e refluxo, não estava ganhando peso suficiente) e aos poucos ela foi deixando o peito e preferindo a mamadeira (para mamar o bebê precisa fazer um grande esforço, enquanto com a mamadeira é muito mais fácil).
Quando chega a hora de parar com a amamentação, muita gente recorre à vacina ou outras formas artificiais, digamos assim. Porém, dizem que esses métodos fazem os seios murcharem; o legal é que seja um processo natural em que mamãe e bebê reduzam juntos este ritmo. Quando a minha bebê começou a querer mamar no peito só durante a madrugada, lá pelos quatro meses, eu cheguei a ter que tirar o leite durante o dia umas duas ou três vezes porque as mamas estavam muito cheias, mas gradativamente o corpo foi entendendo o recado, reduzindo o ritmo de produção e, quando eu sentia que as mamas começavam a produzir leite, fazia a compressa com a bolsa de gel congelada. Falei com minha ginecologista e ela disse que se eu conseguisse ir levando assim seria a melhor forma para nós duas. Foi o que eu fiz e, assim, o leite foi “parando” de descer, aos poucos.
Bom, se alguém tiver alguma dúvida é só deixar um recado nos comentários ou mandar uma mensagem na página do Palpites de Mãe no Facebook. Afinal esse assunto é super importante e ainda tem muitas coisas para se dizer sobre a amamentação; mas por hora acho que já escrevi bastante, não é mesmo?!