segunda-feira, 8 de abril de 2013

Convulsão


Quando escrevi ao final do último post “Semana que vem eu conto como  (se Deus quiser) vencemos mais essa batalha...”, não fazia ideia de que seria MESMO uma batalha... Pelo título, que só de ler assusta, já dá para ter uma noção do que aconteceu, não é mesmo?! É, a Raphinha teve uma convulsão, ou melhor, duas convulsões, e no mesmo dia!!!
Com febre, como estava, resolvemos não mandá-la para a escola enquanto não melhorasse. Pois na terça-feira à tarde, minha sogra ligou dizendo que ela havia acabado de ter uma convulsão! Por sorte, minha cunhada que é enfermeira estava em casa e conseguiu fazê-la voltar a si. Fiquei perplexa, pois a Raphinha nunca havia tido nada parecido, nem há qualquer histórico de convulsões na minha família ou na de meu marido. Na mesma hora liguei para o pediatra e saí correndo para pegá-la e levá-la a uma unidade de pronto atendimento.
Como ela estava com tosse, a princípio a suspeita era de uma infecção respiratória. A pneumonia foi descartada com um raio x, e a médica logo suspeitou de que a convulsão teria sido provocada por conta da febre, mas não descartou que procurássemos um neurologista nos próximos dias. Com um antibiótico receitado e a orientação de que controlássemos a febre para medicá-la ao primeiro sinal de 37.5 registrado pelo termômetro, saímos dali depois da administração de 11 gotas de paracetamol.
Pois mesmo assim, no meio do caminho, ela teve uma nova convulsão, ainda pior que a primeira!!! Foi assustador... Ela se debatia, mexendo braços e pernas incontrolavelmente, os olhos revirados demonstrando que estava fora de si, e babava muito. E a única coisa que eu, achava que, sabia sobre convulsões era que se devia colocar o dedo por cima da língua para que esta não se enrolasse; mas como li depois, isso nem se faz mais. Imaginem o meu desespero vendo-a se debater daquele jeito e eu sem saber o que fazer... Em meio ao trânsito rumo à ponte, liguei o pisca alerta, parei o carro, tirei-a da cadeirinha e a levei para o canteiro da via. Gritava por minha filha já temendo que fosse perdê-la ali quando três pessoas, que para mim serão sempre anjos, apareceram perguntando o que se passava e ao saber que se tratava de uma convulsão me orientaram a deitá-la de lado. Foi o que bastou. Na mesma hora ela tossiu, e foi voltando a si.
Liguei novamente ao pediatra que me orientou a voltar à unidade para que ela fosse colocada em observação. Escoltada por uma equipe da Polícia Militar, que prontamente nos socorreu, voltamos para de lá só sair depois do diagnóstico de infecção urinária. Quanto à convulsão, como ficamos sabendo depois, tudo não passou de uma convulsão febril que, apesar de “ser assustadora, é uma condição, na grande maioria das vezes, benigna que não traz sequelas” (Fonte: Sociedade de Pediatria de São Paulo / Pediatria Brasil).
Algumas pessoas acreditam que a convulsão febril ocorre num aumento muito brusco ou queda muito brusca da temperatura, mas nem sempre é dessa forma. Tanto que quando ela teve a primeira convulsão estava com 38.7 de febre, uma temperatura nem tão alta assim... Por conta disso, passamos (eu e meu marido) uns quatro dias nos revezando para não dormir e não deixar a febre subir.
Foto: Terezinha Bittencourt
Mas graças a Deus, na quarta noite ela já não teve mais febre e agora já está melhor.
No entanto, o que fica de lição e gostaria de chamar a atenção de todos os que lerem essas linhas é para o fato de como pode ser simples acabar com uma crise de convulsão infantil, seja febril ou não. Peço que avisem a todos os pais de que nessa hora basta virar a criança de lado para que a mesma volte a si. Um gesto tão simples, mas que pode salvar uma vida! Fica aí também a sugestão para que os cursos de gestantes incluam em seus temas algumas lições de primeiros socorros voltadas para os cuidados com os pequenos. Com certeza os pais vão agradecer!

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