segunda-feira, 15 de abril de 2013

Mais sobre febre e dor de barriga


Graças a Deus a Raphinha melhorou! Está super bem e nem mais sinal de febre, convulsão ou infecção urinária (sai prá lá!). Mas eu sei que vira e mexe as crianças voltam a ficar doentes, e que o episódio que vivemos nas últimas semanas, de idas e vindas a unidades de saúde, não foi o primeiro nem o último que enfrentaremos. Por isso, mesmo depois de tudo ter voltado ao normal, resolvi buscar mais informações para estar preparada caso uma nova febre ou outro incômodo volte a aparecer.
E foi com grande alegria que encontrei o artigo que apresento a seguir, com dicas do pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros*. Há inclusive uma tabela indicando quando os pais devem procurar o pediatra. Boa leitura!

Dor de barriga e febre: o que elas podem ser?

Que um bebê e uma criança adoecem com mais facilidade isso todo pai e mãe sabem. Mas, o que é inegável, são as dúvidas e, às vezes, o desespero que afligem estes pais em como identificar uma possível doença no seu filho. Para tentar diminuir estas aflições, o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, da clínica MBA Pediatria, reuniu algumas dicas sobre os sinais que as crianças dão, como um aviso: “não estou bem”.
 Segundo o pediatra, além do choro, característico de que algo está errado, há outros sinais importantes que indicam que o pequeno pode estar doentinho: a febre e a dor de barriga.
 Autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses", o médico contextualiza que a dor de barriga é absolutamente inexpressiva em bebê e, principalmente, em crianças maiores. “Ela pode advir de uma contração muscular (basta lembrar os movimentos bruscos, as cambalhotas e as posturas assumidas pelas crianças), excesso de gases, contrações abdominais por alimentos inadequados, além, é claro, daquelas dores que passam logo após um carinho da mãe”, diz Sylvio Renan.
 Por outro lado, existem dores que são sinais de alguma doença, sim. Estas, geralmente, vêm acompanhadas de febre, e não melhoram facilmente com medidas caseiras, além de terem uma tendência a aumentar com o passar do tempo.
 Em relação à febre, o pediatra explica que esta é uma defesa do organismo frente a algum fator agressor e que, ao perceber que está sendo invadido, seja por fungos, bactérias, vírus ou corpos estranhos, aumenta sua produção de leucócitos (ou glóbulos brancos – células do sangue especializadas na defesa contra invasões), dirigindo-se ao local da agressão e iniciando o processo inflamatório, visando destruir o invasor. Durante esta etapa, ocorre a liberação de pirógenos responsáveis pelo aumento da temperatura do organismo, o que aumenta o poder de ação dos glóbulos brancos.
 Se considerarmos que os vírus e bactérias, quando invadem o organismo, provocam febre antes da instalação da doença a ponto de ser perceptível para diagnóstico médico, a consulta precoce ao profissional não antecipa o início do tratamento. “O pediatra (ou outro profissional da medicina) somente prescreverá algum tratamento quando tiver bons indícios ou até a certeza do que está acontecendo com a criança. Dependendo da doença, os sintomas podem aparecer de 1 a 7 dias e, muitas vezes, o diagnóstico é possível somente após exames laboratoriais” alerta o médico, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
 Para amenizar a dor de barriga e, principalmente, a febre, muitos pais recorrem a remédios da farmacinha caseira. Mas, afinal, isso é aconselhável? Sylvio Renan diz que é importante seguir a recomendação do pediatra da criança. “Se o pediatra já prescreveu uma determinada medicação em outras ocasiões, a mesma pode ser utilizada até que o médico seja contatado e informado quando ocorrer um novo sintoma”.
 Para cessar a febre, por exemplo, o profissional habitualmente deixa com os pais a prescrição com a dose correta para cada criança, com indicação de antitérmicos que podem ser utilizados quando apresentar febre.
 Existe uma tabela que muito auxilia quanto à necessidade de auxílio do pediatra em casos febris:

SE A CRIANÇA...
LIGUE PARA O PEDIATRA...
TEM MENOS DE 3 MESES
Imediatamente, se apresentar temperatura acima dos 37,5°C.
TEM DE 3 A 6 MESES
Se a temperatura for maior que 37,5°C e acompanhada de outros sintomas, como choro de dor, tosse, etc.
TEM DE 6 MESES A 12 MESES
Se a temperatura ultrapassar 38°C e for acompanhada de outros sintomas, como dores (de ouvido, garganta), tosse, etc.
TEM MAIS DE 1 ANO
Se a febre perturba a alimentação, o sono ou as brincadeiras, ou se durar mais de 24 horas.
EM QUALQUER IDADE
Imediatamente se a febre for acompanhada de confusão, delírio ou alucinações, rigidez da nuca, convulsões ou vermelhidão no corpo.

Os pais não podem esquecer também que os medicamentos podem provocar reações adversas, mesmo que não sejam ministrados em altas dosagens. Como alternativa, outra manobra que diminui a temperatura corporal é dar um banho morno, com temperatura aproximadamente 2ºC abaixo da temperatura do corpo da criança naquele momento.
 Por fim, Sylvio Renan frisa que qualquer medicação deve ser prescrita pelo pediatra (ou outro médico, dependendo da necessidade).

* Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é autor do livro "Seu bebê em perguntas e respostas - Do nascimento aos 12 meses". Formado pela Faculdade de Medicina do ABC, tem especializações e títulos pela Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da University of California - Los Angeles (Ucla). Sylvio Renan atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à literatura médica para leigos.

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