segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mãe-canguru

Para falar sobre o tema da semana convidamos uma mãe expert no assunto. Com vocês, nossa correspondente internacional, Monike Cidade:

            Sou uma mãe-canguru brasileira, perdida na Suíça há quase 5 anos. Amiga de infância da Giovana, fico super feliz em escrever um pouquinho da minha experiência por aqui.
            Mãeguru do Oliver de 2 anos e 2 meses, tinha apenas uma certeza ao engravidar, seria mãe-canguru e já estava convicta disso. Prazer sou Monike! =)

            Pouco antes de engravidar já lia bastante a respeito dos diversos formatos de Mochilas canguru (Sling, Wrap, Mochila, carregador lateral, etc). Depois de uma longa e vasta pesquisa percebi que existem várias diferenças entre os carregadores e a principal delas e mais importante, ao meu ver, é a postura adotada pelo bebê neles.
            A postura correta ao usar um carregador de bebês é a postura “Rã”, estaconsiste em levar o bebê no colo com as pernas abertas em cerca de 45° em relação ao eixo corporal (abertura total entre as pernas de 90°), e o quadril flexionado de maneira que os joelhos fiquem à uma altura ligeiramente superior ao bumbum. Formando a letra M, joelinho alto, bumbum e joelhinho alto. Isso permite que a cabeça do fêmur fique perfeitamente encaixada dentro da articulação do quadril e é a posição fisiologicamente correta, é uma postura ótima, e previne problemas posteriores desta articulação. Esta técnica de encaixamento ajuda inclusive a resolver casos de displasia de quadril leves.
            Contarei minha experiência com os carregadores que tenho e que usei. Foram eles: Wrap (tecido com amarração específica, para total segurança do bebê), BabyBjörn (Carregador mochila que EU não recomendo), Ergo-Baby (mochila) e sling (carregador de tecido lateral).

Foto: Gaspar Silva
Olver 8 dias de vida

Começamos a “canguruzar” aos 8 dias de vida, optei pelo Wrap e Oliver amou logo que o coloquei comigo. Quem não amaria, ficar coladinho no colinho, ouvindo o coração da mãe, sentindo o calor… Foi uma experiência única, sem contar que o Wrap “tira cólica com a mão”, chorou e se contorceu de cólica coloque o bebê no canguru e o calor do seu corpo se encarrega de curá-lo, ah sábia natureza!


Foto: Monike Cidade

Perninhas soltas, sem apoio.
Vovô-canguru! 4 meses!
 
            Ao acaso ganhei um carregador Baby-Björn quando Oliver fez 3 meses e detestei. Fácil de colocar, esteticamente lindo, colorido mas sua coluna não aguenta nem 30 min, logo tudo começa a doer e incomodar. Ao menos foi assim comigo, mãe de um menino realmente grande e pesado. A estrutura do Björn na minha opinião está longe de ser das melhores, pois o peso do bebê vai direto para nossos ombros, o que é péssimo e além do mais o bebê fica com as perninhas “penduradas” forçando a coluninha dele e prejudicando as articulações do quadril. Olho vivo!
Tentei o Sling (Ring-Sling), não nos adaptamos. Eu ficava muito insegura, medo da argola quebrar (li várias tragédias! Nada de argolas de acrílico!!! Pelo amor de Deus!!!) e acho que minha insegurança era sentida por ele. A coisa de deixá-lo na lateral funcionava apenas na amamentação ou enquanto ele dormia, o que pra mim não ajudava em quase nada. Pois não me sentia realmente livre como no Wrap.



Foto: Erich Gomes
Oliver 11 meses
 
Por volta dos 5 meses descobri minha salvação! Rs A mochila super usada e comercializada aqui na Europa. Até então usava sempre o Wrap, mas sair com ele já não era uma boa opção pra mim, lembrando que moramos num país onde 8 meses por ano é gelado (chegando a 20 graus negativo), foi aí que comecei a me enrolar literalmente no Wrap, rs, e decidi achar algo mais fácil e utilizável na rua.
Ressaltando que em casa o Wrap ainda era meu fiel aliado e escudeiro.

Ergo-baby, nossa nova paixão! Um carregador mochila, adequado à posição rã. Pode ser usado até 18Kg! Por volta dos 4 anos de idade.
Os cangurus são excelentes auxiliares de mães que precisam cozinhar, lavar, passar, arrumar a casa e acalentar seu bebê, pois eu jamais tive coragem de deixá-lo chorando por causa de uma cozinha bagunçada ou para navegar um pouco na internet (afinal, somos filhas de Deus! rs). Bebê acalentado e mãe com as mãos livres! É ou não o maior invento de todos os tempos?!

Foto: Gaspar Silva
Oliver 2 anos e 2 meses

E mais… para mães que não tem carro ou caminham demais é uma ótima pedida. Oliver hoje tem pouco mais de 2 anos e sempre que viajamos ou saimos para o centro em passeios longos (mais de 4h) levo comigo o Ergo-baby, pois não deixaremos de passear por termos um bebê, mas também não queremos privá-lo de conforto.
A mochila é o ideal, bateu aquele cansaço do pequeno, não temos nenhum ataque de birra causado pela exaustão, damos colinho e vamos passear enquanto ele cochila agarradinho com a mamãe ou papai.
Hoje mesmo nosso filho pesando 14.8 Kg colocado como mochila o peso é mínimo, a foto comprova. O peso é colocado no quadril do carregador e não nos ombros. Um conforto para ambos.
Quando deixaremos de usar?! Provavelmente quando Oliver alcançar os tais 18Kg, rs, sou pró-bebê-criança feliz. Reconheço a quilômetros os choros do Oliver e ao primeiro sinal de cansaço, se estamos em lugares estranhos e quero evitar os famosos ataques de birra, minha arma secreta é a mochila, rs. Acaba com o mal-humor de qualquer baixinho.
Quando começar a usar?! Acredito MUITO que colinho de mãe é bom em qualquer idade. Tenho uma experiência bem recente de uma menina de 3 anos que jamais havia sido colocada numa dessas mochilas e estava num passeio conosco e já naquela fase birra nível 10. Enlouquecendo não apenas os pais como deixando-os constrangidos. E eu ofereci a mochila para que testassem. Foi quase um milagre, rs, a menina estava apenas exausta e queria sossego, em menos de 5 min de canguru já estava babando, num sono daqueles de dar inveja.
Cólicas podem ser tiradas; birras, podem ser evitadas, mãos ficam livres… eu só tenho a agradecer ao inventor dessa maravilha!
Já li muito sobre o efeito do canguru para filhos adotivos, dizem ser curador para a alma de muitos, principalmente aqueles que já carregam uma gestação difícil, um abandono… o canguru é o melhor remédio.
Vamos canguruzar! Amor de mãe nunca é demais!
Qualquer informação me coloco completamente à disposição!
Monike Cidade, mãe do Oliver

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