segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Expectativas (frustradas) de natal...


Desde o primeiro natal de minha filha estou sonhando com “aquela foto linda de revista”, estampando seu lindo sorriso ao lado do Papai Noel. Mas como no ano passado ela estava com apenas 4 meses e ainda sofria de muitas cólicas e refluxo, resolvemos nem arriscar levá-la a algum lugar para ver o “bom velhinho” por medo de acabarmos promovendo uma cena digna de novela com um bebê berrando a plenos pulmões no colo de um Papai Noel recém ingurgitado, rssss...
Foto: G. S. Rutkoski
O tempo passou, a Raphaela cresceu, as cólicas e o refluxo foram embora, e pensei comigo mesma: “Ah, este ano sai a foto de natal”! Mãe boba que só, já estava toda animada fazendo planos de mandar fazer cópias da foto, acrescentar alguns dizeres e dar de lembrança aos parentes. Para garantir uma foto cheia de sorrisos, há meses que a venho “preparando” para este momento (o do encontro com o Papai Noel), não só falando sobre o natal, sobre o nascimento do menino Jesus e sobre a bondade do velhinho de roupa vermelha e barba branca que distribui presentes para as crianças; como mostrando fotos e decorando a casa com os motivos natalinos.
Tudo parecia perfeito! Raphinha já estava tão encantada com o natal que ficava toda animada ao ver algum enfeite natalino ou mesmo seus personagens preferidos da época: o menino Jesus, a quem ela já chama pelo nome; e o Papai Noel, a quem ela carinhosamente chama de “HO-HO-HO”! Mas para minha frustração, foi em vão toda essa “preparação”...
Foto: G.S. Rutkoski
Ao chegar no Shopping devidamente decorado, ela ficou toda animada vendo a decoração e fez até pose para sair na foto com o menino Jesus, Maria e José. E também demonstrou muita admiração ao ver o Papai Noel “de verdade”, ao lado de uma simpática Mamãe Noel. Do meu colo onde estava, pediu para ir para o chão de onde tentou correr até eles. Infelizmente, precisamos conter sua espontaneidade pois havia outra criança na frente aguardando na fila. Não sei até que ponto esse episódio comprometeu tudo, o fato é que, quando finalmente chegou a hora dela, a Raphaela travou no meio da rampa. Ficou parada olhando para aquele casal simpático um tanto admirada, mas (muito mais) desconfiada ao mesmo tempo. Tentando quebrar o gelo, pedi para que dissesse a eles como o Papai Noel faz, e ela chegou a repetir o seu “HO-HO-HO”, deixando a todos os espectadores encantados e os pais prá lá de orgulhosos, mas não dava nenhum passo à frente. Como havia várias outras crianças na fila, fui forçada a dar aquele “empurrãozinho básico” e pegá-la no colo para entregá-la logo à Mamãe Noel.
Foto: Raphael Rutkoski
No entanto, ao se ver ali em meio aqueles dois queridos desconhecidos, na mesma hora ela já me olhou fazendo beicinho e não teve jeito de sorrir, demonstrando claramente que não estava gostando nenhum pouco daquilo tudo. Confesso que saí frustrada dali e (como mãe dramática que sou) na hora fiquei chateada mesmo com aquela situação.
Eu sei que é normal as crianças estranharem esse primeiro tête-à-tête com o Papai Noel, mas achava que a culpa era dos pais que não as preparavam para este momento.
Foto: Raphael Rutkoski
É, passada a decepção inicial, percebi como fui tola e talvez até egoísta criando essa expectativa e jogando essa responsabilidade toda em cima da minha bebê. Afinal o que importa é estarmos juntos, e poder passar para os nossos pequenos o significado e o verdadeiro sentido do espírito de natal, que ultrapassa os presentes, as fotos e tudo o mais que seja material. Em resumo, as lições que tirei desse episódio são que:
             a)                 ver o Papai Noel ao vivo, de carne e osso, é uma coisa; mas ir para o colo de um desconhecido, ainda que seja o “bom velhinho” (ou a mulher dele), é bem diferente;
b)                 como já pude comprovar em outras situações, é muito fácil julgar, e muito mais fácil ser mãe, antes de ser mãe;
c)                 não é bom ficar criando (falsas) expectativas sobre o comportamento do seu filho diante de situações inéditas, é preciso dar tempo ao tempo, saber que cada criança tem o seu ritmo e lembrar que, às vezes, crianças podem ser imprevisíveis;


Foto: Raphael Rutkoski
Por hora, vou me contentar com uma fotinho nossa em meio a uma decoração de natal. Não tenho barba, muito menos cabelo branco, mas até que ficou legal. “Não é, não?!” J

4 comentários:

  1. GIovana querida!
    Que belo seu texto. Me fez rir e lembrar de outras situações vividas nos meus primeiros passos como "mãe da Julia". E como está linda a Raphinha! Parabéns! Sulanger Bavaresco

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  2. Muito obrigada, Su! Que gostoso ler este seu comentário... Mil beijos para você e para a Júlia!!!

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  3. ahahaha, Gio, acho que é assim mesmo! A gente cria expectativas e eles fazem o contrário, kkkk, nossos pais devem ter sentido a mesma coisa e acho que isso seguirá vida afora... O bom é curtir o momento, acho muito mais legal registrar o seu momento com ela (+ motivos natalinos) do que dela com estranhos. Melhor tentar fotografar ela com um papai-noel falso... kkkk
    beijos e um ótimo "segundo" Natal com a Raphinha!

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  4. É verdade, Andréa!!! Você tem toda a razão, rsss...
    Obrigada pelo comentário e um Feliz Natal para você e para o Eric! Bjs

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