segunda-feira, 30 de julho de 2012

Visitas - Manual de boas maneiras


Foto: Raphael Rutkoski
Na última semana recebemos no serviço a visita de uma colega de trabalho, ainda em licença maternidade, e de seu lindo recém-nascido. Além de muitos “Ai, que fofinho”/ “Que lindo! É a cara da mãe!”/ “Não, acho mais parecido com o pai”, entre outros comentários do tipo, a reação de todos foi correr para ver o bebezinho bem de perto e, quase que automático, pegar na mãozinha ou na bochechinha do bebê; enquanto a pobre mãe sem querer ofender ou ser indelicada, assistia a tudo super preocupada e com o coração na mão. Certamente se eu ainda não fosse mãe, e não soubesse de todos os perigos que isso representa para o indefeso nenenzinho, teria a mesma reação. E justamente por isso é que resolvi falar hoje mais especificamente para as tias, amigas, primas, e toda a sorte de parentes possíveis, sobre como se comportar na hora de visitar ou de receber a visita de um bebezinho recém-nascido e de sua mãe.
Quer coisa mais fofa do que mão/bochecha/pé ou qualquer outra parte do corpo de um bebê? É quase irresistível não tocar, mas o que pouca gente sabe é que representa uma ameaça para os recém-nascidos. Como assim? É que no simples ato de tocar, ou até de respirar, podemos transmitir germes, vírus e bactérias, que o sensível organismo de um neném não está preparado para enfrentar. Normalmente o bebê já convive pacificamente, digamos assim, com os germes de seus próprios pais, ou das pessoas que dele cuidam, mas germes diferentes são um perigo para ele, que após um dia em contato com outras pessoas pode apresentar vômito, febre, diarréia e por aí vai.
Por conta disso, é que devemos evitar tocar na pele do bebê, especialmente no rosto e nas mãos que ele costuma levar à boca; pelo menos até que a criança esteja maior e já tenha tomado todas as vacinas, toque apenas nas partes cobertas pela roupinha, ou nem toque. Vale lembrar que o álcool em gel disponível na entrada do quarto da maternidade ou mesmo na casa dos pais mais cuidadosos, não é um artigo decorativo ou para ser usado apenas em casos de gripe. O ideal é lavar bem as mãos primeiro com água e sabonete, passar o álcool em gel e, ainda assim, não tocar na pele do bebê. Se você é mãe de recém-nascido e vai sair de casa com ele, sugiro levar na bolsa um lenço umedecido próprio para esta faixa etária (tem um ótimo da Johnson que vem numa embalagem amarelinha) e passar nas mãos do bebê sempre que alguém as tocar.
Ah, e nunca, nunca mesmo, chegue perto de um recém-nascido se estiver doente, mesmo que seja apenas um resfriado! Mesmo que sua melhor amiga tenha acabado de ganhar neném e você esteja doida para vê-la na maternidade, se estiver doente, contenha-se! Vale mais mandar um cartão, quem sabe acompanhado de algumas flores, parabenizando os novos papais e explicando que gostaria muito de estar com eles nesse momento, mas como não quer passar nada para o bebê vai conhecê-lo assim que estiver melhor.
Ainda falando de visitas, nunca é demais lembrar que elas devem ser curtas. A mamãe e o bebê precisam descansar e ainda estão se adaptando à nova rotina. E se estiver na dúvida entre visitar ainda na maternidade ou em casa, pergunte para a nova família qual a preferência. Se eles disserem para você escolher, opte pela maternidade. Eu, pelo menos, achei bem melhor. Por mais que eu estivesse cansada do parto em si, na maternidade se tem todo um suporte de médicos e enfermeiras, e você não precisa se preocupar em arrumar a casa para receber as visitas;)

Um comentário:

  1. Concordo com tudo! Muitas pessoas ficam chateadas se falamos que o pediatra pediu para não pegar na mãozinha do bebê.A situação é mesmo delicada.

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